Silas Malafaia é alvo da PF em operação contra fraudes em royalties de mineração

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PF faz operação contra esquema de corrupção que afetou Vale e mira Silas Malafaia

A PF (Polícia Federal) deflagrou nesta sexta-feira (16) a Operação Timóteo, que apura um esquema de cobranças judiciais de royalties da exploração mineral devidos por mineradoras a municípios, com a Vale entre as empresas prejudicadas. O líder religioso Silas Malafaia estaria entre os alvos da operação.

Uma fonte da PF informou que o esquema envolvia a participação de um diretor do Departamento Nacional de Produção Mineral que abordava prefeitos para oferecer envolvimento no esquema de corrupção. Malafaia teria envolvimento no esquema, sendo utilizado para lavagem de dinheiro.

As investigações da PF apontam que Malafaia recebeu valores do principal escritório de advocacia responsável pelo esquema. A suspeita a ser esclarecida pelos policiais é que este líder religioso pode ter emprestado contas-correntes de uma instituição religiosa sob sua influência com a intenção de ocultar a origem ilícita dos valores.

De acordo com a PF, cerca de 300 policiais federais cumprem mandados de busca e apreensão em 52 diferentes endereços. Também estão sendo cumpridos 29 madados de conduções coercitivas, quatro mandados de prisão preventiva, 12 mandados de prisão temporária, sequestro de três imóveis e bloqueio judicial de valores depositados que podem alcançar R$ 70 milhões.

O juiz Ricardo Augusto Soares Leite, da Justiça Federal de Brasília, determinou ainda que os municípios se abstenham de realizar quaisquer atos de contratação ou pagamento aos 3 escritórios de advocacia e consultoria sob investigação. As ações acontecem nas seguintes unidades da federação: BA, DF, GO, MT, MG, PA, PR, RJ, RS, SC, SE e TO.

As provas recolhidas pelas equipes policiais devem detalhar como funcionava um esquema em que um Diretor do Departamento Nacional de Produção Mineral, detentor de informações privilegiadas a respeito de dívidas de royalties, oferecia os serviços de dois escritórios de advocacia e uma empresa de consultoria a municípios com créditos de CFEM junto a empresas de exploração mineral. A legislação prevê que 65% da chamada CFEM (Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais) tem como destino os municípios.

A PF apurou que a quadrilha investigada se dividia em ao menos quatro grandes núcleos: o núcleo captador, formado por um Diretor do DNPM e sua mulher, que realizava a captação de prefeitos interessados em ingressar no esquema; o núcleo operacional, composto por escritórios de advocacia e uma empresa de consultoria em nome da esposa do Diretor do DNPM, que repassava valores indevidos a agentes públicos; o núcleo político, formado por agentes políticos e servidores públicos responsáveis pela contratação dos escritórios de advocacia integrantes do esquema; e o núcleo colaborador, que se responsabilizava por auxiliar na ocultação e dissimulação do dinheiro.

A Operação Timóteo começou em 2015, quando a Controladoria-Geral da União enviou à PF uma sindicância que apontava incompatibilidade na evolução patrimonial de um dos diretores do DNPM. Apenas esta autoridade pública pode ter recebido valores que ultrapassam os R$ 7 milhões.

O nome da operação é referência a uma passagem do livro Timóteo, integrante da Bíblia Cristã: “Os que querem ficar ricos caem em tentação, em armadilhas e em muitos desejos descontrolados e nocivos, que levam os homens a mergulharem na ruína e na destruição”.
Fonte: R7

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