Jogos desenvolvidos por brasileiros ganham espaço no mercado mundial

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Os brasileiros estão se aventurando  cada vez mais no mundo dos games. A indústria de jogos atrai milhões de pessoas e movimenta bilhões de dólares.

O produtor do mais recente game da série ‘Fifa’, da ‘Electronic Arts’, é o brasileiro o Gilliard Lopes. Um louco por futebol e por jogos eletrônicos. Duas paixões que o levaram para o Canadá.

“É preciso estudar muito, é preciso começar, no Brasil, procurando as empresas próximas de você e começar a fazer seus primeiros jogos. Projetos menores”.

Há dois anos, Gilliard fundou o “Pod Quest”. Um site para criadores do mundo inteiro contarem o que estão fazendo. E, na rede, ele conheceu outros brasileiros que também moram no Canadá.

O game do próximo filme do Homem Aranha está sendo desenvolvido pelo game designer Rafael Kuhnen. “Acho que tem um mito de que o game designer é o cara que tem que entender muito de computador, de video game, tem que saber muito disso, mas eu acho que ele tem que entender mais de pessoas. A gente cria os jogos para as pessoas. Não para os computadores”.

O programador de ‘Deux Ex: Human Revolution, Fernando Secco, dá outra dica para quem quer entrar nesse mercado: criar o seu jogo por mais simples que ele seja.

“Você não precisa fazer nada muito complexo, se você conseguir fazer alguma coisa que você consiga jogar e consiga entender as dificuldades para se fazer um jogo já é muito importante”, fala Secco.

Foi de olho nas grandes produções que José Lúcio Gama fez o primeiro joguinho. “Queria fazer um jogo que dissesse: ‘eu existo, estou aqui’, para aparecer no mercado, entrar no mercado mesmo”.

O jogo ganhou o Congresso de Desenvolvedores de Games do Rio de Janeiro em 2005 e se espalhou pelo mundo. “Vi que a bola de gude não é uma coisa que a gente só tem no Brasil. Tem na Espanha, tem em Portugal, em vários outros países. Tem que pensar lá fora também. O jogo vende para o mundo, não vende só para um país”, conta Gama.

Com pinguins e lesmas no repertório, os jogos dele renderam prêmios e contratos de publicação em vários países, com participação nas cópias vendidas. “Ainda não estou rico, mas se continuar na progressão que está indo, do jeito que foi no ano passado, não sei não”.

Quem quiser participar dessa corrida, tem onde aprender. “Nós somos uma escola de entretenimento digital e uma das nossas especialidades é a área de desenvolvimento de jogos”, explica o presidente da Saga, Alessandro Bomfim.

A tecnologia de formação de game designers da indústria americana foi reproduzida no Brasil. Em São Paulo, a escola oferece curso de dois anos com aula de desenho e escultura até para os menos habilidosos. Um boneco de massa ajuda a criar a ilusão de uma imagem em três dimensões na tela do computador.

“No Brasil você tem que ser uma generalista. Ele precisa ter base artística, ele precisa desenhar, ele precisa ter todo esse conhecimento de anatomia, isso é muito importante para personagem”, avisa Bomfim.

Só depois o aluno aprende a usar o coração do jogo: a ‘render engine’. ‘Render’ é transformar milhares de códigos matemáticos em imagem. O ‘render engine’ é um mundo em branco, mas com regras físicas já definidas: gravidade, colisão, luz, sombra. É nesse mundo que o desenvolvedor do game constrói cenários. Um castelo, por exemplo, todo de pedra, com uma ponte de pedra para um jogo medieval ou o chão pode ser de grama e, em volta, um estádio de futebol com a arquibancada lotada e a bola rolando para uma final de Copa do Mundo.

Tudo é definido pelo criador do jogo. Até a habilidade de quem vai chutar a bola ou a mira dos soldados numa batalha da Segunda Guerra Mundial. Agora, saber se o momento é de atacar ou de se esconder atrás dos caixotes ou até de fugir pelo túnel, é uma decisão do jogador, com o controle do game nas mãos.

Mauro, Victor e Diego aprenderam as técnicas e criaram o ‘Elements’. É um cientista que está obcecado em reverter os efeitos do aquecimento global. O que era um trabalho de fim de curso agora está disponível, de graça, para o tablet da Apple. “No dia que apareceu pronto para distribuição, eu liguei pro Diego, a gente estava junto, foi muito legal”, conta o desenvolvedor do jogo, Victor Romano.

O repórter Cezar Menezes lançou o desafio para criar um jogo mostrar o passo a passo. Para começar, foi tirada uma foto dele e criado um desenho. Depois foi feita uma escultura com base em arame. O próximo passo foi fazer uma modelagem em 3D. “Para gente começar a ter uma noção da altura que ele vai ter, da profundidade que ele vai ter, para isso precisa da base”, conta modelador 3D, Luiz Arouca.

Por último liga-se o motor, a render engine, e usa a imaginação para escolher as texturas, as animações que serão usadas no jogo. O jogo criado foi de aventura, com um quebra-cabeça no meio, com perguntas, sendo três certas e três erradas. Personalidades famosas como Albert Einstein, Santos Dummont fizeram parte do jogo. Seja do jogo feito a jato, sob encomenda para Conecte, às superproduções mundiais, os brasileiros, por trás dos games, estão batendo um bolão.

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