A Croácia disputará uma final de Copa do Mundo pela primeira vez em sua história. Nesta quarta-feira (11), a equipe virou sobre a Inglaterra na prorrogação por 2 a 1, em Moscou, e se garantiu na decisão como adversária da França, uma velha conhecida. Os franceses foram os responsáveis por derrubar o sonho croata em 1998, na semi.
Trippier abriu o placar com um golaço de falta no início da partida, mas Perisic empatou e levou o jogo para o tempo extra. Mandzukic, que tinha feito partida apagada durante os primeiros 90 minutos, fez o heroico gol da vitória.
A final acontece no domingo, 15 de julho, às 12h (de Brasília). A Croácia leva pequena desvantagem por ter jogado três partidas com prorrogação. Somando os 90 minutos de tempo extra que os croatas encararam até aqui, é possível dizer que jogaram “uma partida a mais” que a França.
Além disso, a Croácia terá um dia a menos de recuperação até domingo, já que os franceses disputaram a semifinal antes. As duas seleções, porém, pouparam atletas na última rodada da fase de grupos.
Mesmo quando ainda era Iugoslávia, a nação croata tinha o quarto lugar em 1930 e 1962 como seus melhores resultados. Ou seja, com a ida à final, a Croácia já atinge seu melhor resultado em Copas da história.
A Inglaterra teve seu sonho do bicampeonato frustrado, mas terá a chance de brigar com a Bélgica pelo terceiro lugar do torneio em 14 de julho, às 11h.
O melhor: Mandzukic
Imagem: Dan Mullan/Getty Images
Se apenas os primeiros 90 minutos fossem avaliados, Mandzukic seria um dos destaques negativos da partida. Mas os 30 minutos extras mudaram tudo. No fim do primeiro tempo da prorrogação, o atacante quase marcou após cruzamento de Perisic. Quase.
O “quase” se concretizou na segunda parte da prorrogação, logo aos dois minutos. Depois de um levantamento de Pivaric, Rakitic desviou para a área, surpreendeu Pickford e deixou Mandzukic em condição de virar o placar.
O pior: Harry Kane
Imagem: Michael Regan – FIFA/FIFA via Getty Images
O ditado “quem não faz, toma” já era conhecido por nossos avós, mas parece não ser familiar aos britânicos. Antes mesmo de Perisic empatar para a Croácia e assustar os jovens ingleses, o time da Inglaterra já havia falhado muitas vezes no ataque. Harry Kane, o artilheiro da Copa até aqui, é o destaque negativo.
O lance mais simbólico de todos ocorreu aos 29 do primeiro tempo, quando Kane errou duas vezes na cara de Subasic. Na primeira tentativa, o goleiro defendeu; na segunda, o atacante acertou a trave. A arbitragem ainda apitou impedimento na jogada, mas o camisa 9 estava em posição legal.
No segundo tempo, as chances desperdiçadas por Kane tiveram mais mérito da defesa da Croácia. Na marca dos 11 minutos, o artilheiro mergulhou em um peixinho e foi travado por Lovren na hora certa.
Trippier ‘imita’ Beckham
Imagem: Ryan Pierse/Getty Images
Quando Dele Alli arrancou e foi derrubado na entrada da área no começo do jogo, a torcida inglesa até se levantou, mas com esperança comedida. Afinal, a seleção não fazia um gol de falta na Copa desde 2006, com David Beckham.
Mas o lateral Trippier, visto como um dos pilares do sistema montado por Gareth Southgate, fez questão de quebrar esta escrita e, aos cinco do primeiro tempo, acertou um golaço de falta para abrir o placar.
A cobrança foi bem executada, mas o goleiro croata podia ter defendido. No momento do chute do lateral britânico, Subasic mal sai do chão para saltar e não estica totalmente os braços.
Modric discreto, mas Perisic aparece
Imagem: Ryan Pierse/Getty Images
O sumiço dos astros da Croácia durante os 90 minutos deu chance aos atletas com menos brilho. Aos 23 do segundo tempo, em cruzamento de Vrsaljko, Perisic levantou a perna e quase atingiu a cabeça de Dele Alli, mas o que acertou mesmo foi a bola e o gol de empate.
Enquanto isso, Modric sumiu. Muita gente faz campanha para que o craque seja candidato ao prêmio da Bola de Ouro se levar a Croácia ao título inédito da Copa do Mundo, mas, pelo menos nesta quarta, ele não fez sua atuação mais brilhante.
Imagem: Shaun Botterill/Getty Images
Dele Alli e Lingard pressionavam na saída e eram os primeiros obstáculos dos dois astros croatas. Quando Modric e Rakitic eventualmente conseguiam passar pelos marcadores, Henderson estava pronto para pegar a sobra e eliminar o perigo.
Croácia demorou, mas chegou
A Croácia demorou para conseguir finalizar. O primeiro croata a acertar o alvo foi Rebic aos 31 do primeiro tempo, mas Pickford, que vinha em boa fase e parecia indisposto a comprometer sua campanha na Copa, fez uma defesa segura.
Quando finalmente encontrou o caminho com o gol de empate, a seleção de Zlatko Dalic se empolgou. Aos 25 do segundo tempo, Perisic acertou a trave e Rebic chutou de primeira, mas Pickford salvou.
Chuva de cerveja, mas o futebol não vai para “casa”
No entanto, termina aqui a campanha de marketing britânica que dizia que “o futebol voltaria para casa”. Os ingleses, que inventaram este esporte, continuam com apenas uma única final e uma conquista de Copa.
FICHA TÉCNICA
CROÁCIA 2 X 1 INGLATERRA
Data e hora: 11 de julho de 2018, às 15h
Local: Estádio Luzhniki, em Moscou (Rússia)
Árbitro: Cuneyt Cakir (Turquia)
Auxiliares: Bahattin Duran e Tarik Ongun (ambos da Turquia)
Cartões amarelos: Mandzukic, Rebic (Croácia); Walker (Inglaterra)
Gols: Perisic, aos 23 do segundo tempo, e Mandzukic, aos 2 do segundo tempo da prorrogação (Croácia); Trippier, aos 5 do primeiro tempo (Inglaterra)
CROÁCIA: Subasic; Vrsaljko, Lovren, Vida e Strinic (Pivaric); Rakitic, Brozovic, Rebic (Kramaric), Perisic e Modric (Badelj); Mandzukic (Corluka)
Técnico: Zlatko Dalic
INGLATERRA: Pickford; Walker (Vardy), Stones e Maguire; Trippier, Dele Alli, Henderson (Dier), Lingard e Young (Danny Rose); Sterling (Rashford) e Harry Kane
Técnico: Gareth Southgate
Do Uol