Baianas de acarajé poderão ficar de fora da Arena Fonte Nova, estádio que vai abrigar jogos da Copa das Confederações e da Copa do Mundo em Salvador, segundo noticiou hoje (4) o jornal A Tarde. Tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) como patrimônio imaterial, o acarajé é caracterizado como comércio ambulante e a Fifa recomenda o afastamento dessa modalidade de comércio num perímetro de até dois quilômetros das praças de jogos.
O acarajé, em tese, não pode ser concorrente dos hambúrgueres produzidos pela rede McDonald’s, patrocinadora oficial da Fifa. “Até agora ninguém me chamou para conversar sobre a situação das baianas”, reclamou em entrevista ao jornal a presidente da Associação das Baianas de Acarajé e Vendedoras de Mingau (Abam), Rita Maria Ventura dos Santos.
Ela classificou como absurda a hipótese de não haver baianas vendendo acarajé na Fonte Nova. “Eram oito baianas lá dentro que tiveram que sair devido à obra. Agora que está tudo novo vão retirar as baianas? Todas tinham carteira”, contou Rita dos Santos.
Existe ainda uma proposta de que os acarajés sejam levados já fritos para o estádio e aquecidos em fornos de micro-ondas – esta prática já ocorre no Estádio Manoel Barradas, o Barradão, onde ocorrem jogos do Vitória.
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“Alegam que há risco para os torcedores. Se for assim, era proibido venda de acarajé no Carnaval. Nunca soube de ninguém queimado com azeite nestas festas”, disse a presidente da Abam. No Estádio Roberto Santos, mais conhecido como Pituaçu, com mando de campo do Bahia, a venda é permitida.
A Secretaria Estadual para Assuntos da Copa do Mundo da Fifa Brasil 2014 (Secopa) informou que não há certeza sobre o local onde as baianas ficarão durante os jogos. “Mas elas serão contempladas”, diz a chefe de gabinete da Secopa, Liliam Pitanga, que não assegurou se este local será dentro do estádio.