Anísio Nunes de Azevedo Filho, anunciou, através de seu perfil no grupo “soudecasanova” no facebook, o seu pedido de desfiliação da legenda onde militou por mais de 24 anos.
De acordo com a publicação, a decisão tomada não se deve a queixa ou verificação de falta de caráter de nenhum dos companheiros do PT, especialmente de Casa Nova. “Ela se deve a enormes discordâncias minhas em relação às práticas políticas do Partido, como um todo, as quais, pela minha avaliação, o afastam cada vez mais da trajetória que motivou sua criação e seu enorme prestígio junto aos trabalhadores brasileiros”, disse.
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Anísio lembrou que sua defesa árdua pela moralidade do Partido lhe rendeu a marca de ‘radical’. “Infelizmente o que vejo hoje, é que o apego desmedido ao poder está levando muitos companheiros, até mesmo muitos de boa índole, a pensarem em benefício de grupos ou até mesmo individuais. Outra coisa que para mim é inaceitável, é a filiação indiscriminada de todo tipo de político ao partido. Vejo tantos políticos tradicionalmente ligados às velhas práticas da política brasileira, tão combatidas por nós no passado, mas que hoje encontram espaço nas fileiras do PT seja como filiados ou aliados políticos. Combati tais práticas e por isso, fui taxado de radical dentro do PT”, relatou Anísio.
Confira a nota completa publicada no dia 6 de setembro às 20:20:
Comunico humildemente à comunidade de Casa Nova que desde o dia 31 de Agosto de 2013, solicitei desfiliação ao Partido dos Trabalhadores, onde militei por 24 anos, dos quais, 21 anos como filiado ao mesmo.
Durante esse período, dei o melhor de mim para ajudar a construir um tempo de plena cidadania e justiça social. Sei que não estive sozinho. Aliás, quando lá cheguei, já encontrei companheiros que estavam na luta e, após minha chegada, tivemos a adesão de outros igualmente valorosos.
A decisão tomada não se deve a queixa ou verificação de falta de caráter de nenhum dos companheiros do PT, especialmente de Casa Nova. Ela se deve a enormes discordâncias minhas em relação às práticas políticas do Partido, como um todo, as quais, pela minha avaliação, o afastam cada vez mais da trajetória que motivou sua criação e seu enorme prestígio junto aos trabalhadores brasileiros.
Nesse contexto, não posso mais conviver em paz com isso, pois penso a política feita acima de tudo, para o bem da coletividade. Infelizmente o que vejo hoje, é que o apego desmedido ao poder está levando muitos companheiros, até mesmo muitos de boa índole, a pensarem em benefício de grupos ou até mesmo individuais.
Outra coisa que para mim é inaceitável, é a filiação indiscriminada de todo tipo de político ao partido. Vejo tantos políticos tradicionalmente ligados às velhas práticas da política brasileira, tão combatidas por nós no passado, mas que hoje encontram espaço nas fileiras do PT, seja como filiados ou aliados políticos;
Combati tais práticas e por isso, fui taxado de radical dentro do PT. E apesar de já ter pensado em sair a mais tempo, tinha esperança que isso pudesse ser revertido. Mas não acredito mais que essa reversão aconteça, razão pela qual estou saindo, sem soltar fogos ou rojões, pois considero isso uma derrota para mim.
Dediquei grande parte da minha vida ao PT e por ele, posso dizer quer deixei boa parte de meus projetos pessoais de lado. Por isso, é tremendamente triste, para mim, ter que deixa-lo, razão pela qual adiei, ao máximo, essa decisão.
Mas respeito a decisão de quem ficar. Talvez para outros, a esperança de haver uma mudança possa ainda prendê-los ao partido.
No entanto, para mim, não dá mais. Quero viver novamente a alegria de lutar por uma sociedade pautada na plena justiça social e na cidadania. Pode ser utópico, mas quero e desejo viver o socialismo.
E como sabiamente falou Martin Luther King, “O que me assusta não são as ações e os gritos das pessoas más, mas a indiferença e o silêncio das pessoas boas”.
Que Deus abençoe a todos.
Anísio Nunes de Azevedo Filho.