Baiana envenena o marido em Cabuçu e é levada à prisão por 17 anos na França

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BAHIANA CRIME

A protagonista, a baiana Denize Soares da Silva, hoje com 43 anos, pele de chocolate, conquistou Sebastien Pierre Brun, florista em Grenoble, cidade do centro-oeste da França. Mas seu desejo pelo sonhado amor latino levou as iniciais tórridas noites de paixão a um final infeliz, com morte e manchetes em páginas policiais de jornais brasileiros e europeus.

 

Denize Soares da Silva foi acusada de ter assassinado o companheiro francês, com quem dividiu momentos de alegria na França e no Brasil, e considerada culpada por, entre outras coisas, envenenar Sebastien Pierre Brun, de 31 anos, com cianureto. No final do julgamento, ocorrido na quarta-feira (31/10), ela recebeu uma sentença de 17 anos de prisão.

O casal havia passado, em 2004, uma temporada de férias na Bahia com o filho, à época com apenas oito anos. Ela retornou à França e disse aos pais de Brun e mais próximos que o seu ex-companheiro ficou “encantado pela Bahia” e quis ficar mais tempo no Brasil. Em seguida, passou a sacar o dinheiro das contas bancárias do francês, imitando sua assinatura.

Ela chegou a vender o carro do marido e mandar falsos cartões-postais supostamente escritos por ele. Em 2005, os pais do francês vieram para a Bahia procurar o filho.

O comportamento de Denize despertou desconfiança e a curiosidade da polícia judicial francesa em apurar o sumiço do seu cidadão. O que poderia ter sido mais um episódio feliz de um relacionamento intenso, acabou com um corpo escondido numa pedreira da pacata Cabuçu, distrito de Santo Amaro, a 71 km de Salvador, terra natal da outrora musa tropical que se tornou uma assassina.

O cadáver foi descoberto quatro anos depois de desaparecido, graças a uma denúncia anônima que partiu de uma testemunha brasileira. Exames toxicológicos revelaram que a morte de Brun foi causada por uma “intoxicação letal” de cianureto, um veneno que pode ser obtido da mandioca amarga, cultivada na região.

O julgamento de Denize Soares começou no dia 15 de outubro. Ela disse “não se lembrar de nada”. No dia seguinte, um de seus advogados afirmou ser a acusada mitomaníaca – pessoa que tem hábito de mentir ou fantasiar – e que estava “sozinha e perdida”. A sentença dada na França pelo tribunal criminal de Isère foi superior à pena requerida pelo Ministério Público, de 15 anos de prisão.

“Nossa interpretação é que a Justiça acrescentou dois anos à pena requerida em razão da atitude de Soares, que mentiu até o fim do julgamento afirmando ser inocente para escapar da punição, e também pelo seu comportamento no Tribunal, que misturou gritos de raiva e lágrimas”, declarou o advogado de defesa, Claude Coutaz.

Como a brasileira já está em detenção preventiva desde 2007, esse período será reduzido de sua pena.

De acordo com Coutaz, ela poderá recorrer à liberdade condicional no prazo de três anos, após ter cumprido metade da sentença.

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