Um dia após o sequestro contra uma juíza e uma promotora de Justiça ganhar as páginas da imprensa baiana, a Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA) apresentou, nesta quarta-feira (21), os acusados de envolvimento no crime. As vítimas foram sequestradas na última quinta (15), quando deixavam um bar no bairro da Pituba, em Salvador. Na ação, a promotora, que não teve o nome divulgado, ficou sob poder dos bandidos por cerca de 12h. Além de ser obrigada a sacar dinheiro e realizar compras com seus cartões de crédito, ela foi estuprada por três criminosos, dois deles adolescentes.
Para o titular da SSP-BA, Maurício Teles Barbosa, que participou da apresentação de dois dos acusados, o crescimento de ocorrências de tal natureza preocupa. “O que mais choca a polícia é a banalidade da prática criminosa. Hoje o que nós estamos vendo é exatamente a prática do crime para atender a interesses que vão desde ter dinheiro para consumir droga, comprar tênis, até saldar uma dívida. Temos que parar para repensar os valores humanos, porque, com certeza, não tem Estado ou polícia que consiga dar conta à banalização da vida e do crime. A polícia tem como obrigação dar essa resposta, juntamente com o Poder Judiciário, mas também temos que provocar na sociedade a indagação do que nós podemos fazer para que esses crimes não sejam cometidos. Estamos tratando de dois menores: uma criança de 15 e outra de 16 anos que cometeram crimes bárbaros” lamentou.
Barbosa ressaltou como fato positivo o trabalho integrado na ação, que contou com a participação de órgãos da Justiça baiana, além das polícias Civil e Militar. “Nós temos, por um lado, que louvar a atitude dos nossos policiais, do Ministério Público, do Poder Judiciário pela rapidez com que esse caso foi resolvido”, considerou. “Os crimes que chocam mais a opinião pública, com certeza, nós temos que ter uma velocidade mais rápida, até para que a sociedade se sinta confortada e mais segura. Mas outros crimes também tiveram uma apuração nesse curto espaço de tempo, independentemente da posição da vítima ou das vítimas”, completou. Além do secretário, participaram da coletiva, na sede da Secretaria de Segurança Pública, no Centro Administrativo da Bahia (CAB), o comandante-geral da PM, Coronel Alfredo Castro, o delegado-chefe da Polícia Civil, Hélio Jorge, além do delegado do Departamento de Homicídios e Proteção às Pessoas (DHHP), Odair Carneiro, o chefe da 13ª Companhia Independente da PM (CIPM/Pituba), major Paraíso, e o procurador-geral de Justiça, Wellington César de Lima e Silva.
bn