Kiko (dir.) e Mauro (esq.), são os donos da boate onde ocorreu o incêndio que matou mais de 230 pessoas em Santa Maria
Foto: Nabor Goulart/Agência Freelancer/Facebook / Reprodução
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Indícios apontam que o dono da Boate Kiss, Elissandro Spohr, conhecido como Kiko, planejava se matar no hospital de Cruz Alta (RS) onde está internado. O empresário está sob custódia no local desde a última segunda-feira, quando foi decretada a sua prisão preventiva. “Ele pendurou a mangueira no chuveiro em uma posição que sugeria a possibilidade de um enforcamento. Um policial percebeu e interveio”, explicou a delegada Lylian Carús na manhã desta quarta-feira.
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Segundo a delegada, Kiko demonstra estar abatido. “Isso é natural, está dentro da normalidade. A gente percebe que ele está muito abalado porque perdeu muitos amigos na tragédia na qual se sente responsável”, explicou. “Além disso, ele aspirou fumaça e, como está emocionalmente abalado, isso afeta a oxigenação e prejudica ainda mais a sua recuperação”, completou. Lylian disse que conversou com o médico e ainda não há previsão de alta para o empresário.
INCÊNDIO EM SANTA MARIA
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Um incêndio de grandes proporções deixou mais de 230 mortos na madrugada deste domingo em Santa Maria (RS). O incidente, que começou por volta das 2h30, ocorreu na Boate Kiss, na rua dos Andradas, no centro da cidade. O Corpo de Bombeiros acredita que o fogo iniciou com um sinalizador lançado por um integrante da banda que fazia show na festa universitária.
Segundo um segurança que trabalhava no local, muitas pessoas foram pisoteadas. “Na hora que o fogo começou foi um desespero para tentar sair pela única porta de entrada e saída da boate e muita gente foi pisoteada. Todos quiseram sair ao mesmo tempo e muita gente morreu tentando sair”, contou. O local foi interditado e os corpos foram levados ao Centro Desportivo Municipal, onde centenas de pessoas se reuniam em busca de informações.
A prefeitura da cidade decretou luto oficial de 30 dias e anunciou a contratação imediata de psicólogos e psiquiatras para acompanhar as famílias das vítimas. A presidente Dilma Rousseff interrompeu viagem oficial que fazia ao Chile e foi até a cidade, onde se reuniu com o governador Tarso Genro e parentes dos mortos.