Foi realizado na última sexta, 01, na Escola Municipal Alano Viana, em Casa Nova, uma oficina realizada pela Chesf (Companhia Hidroelétrica do São Francisco) em parceria com a Prefeitura de Casa Nova, com o objetivo de realizar um levantamento das comunidades remanejadas pela criação do Lago de Sobradinho.
Além de Casa Nova, outros municípios que também foram remanejados também vão fazer parte deste levantamento. Este trabalho está sendo realizado devido a uma condicionante da licença ambiental do Lago de Sobradinho, que é de averiguar a qualidade de vida dos moradores remanejados pela formação do lago.
Segundo Valéria Vanda, analista ambiental da Chesf, a licença da Usina de Sobradinho está em processo de renovação da licença ambiental e o objetivo do trabalho é de levantar o modo de vida das comunidades remanejadas. “Todos os seguimentos das cidades serão pesquisados. Setor econômico, setor pecuário de um modo geral, setor financeiro, setor educacional, setor de saúde e para isso a empresa (vencedora da licitação e que está realizando o levantamento) tem uma equipe multidisciplinar”, explica.
Nessas oficinas participam, além dos representantes da Chesf, representantes dos municípios e líderes das localidades. “Nós queremos uma fotografia das localidades”, continua Valéria. Ao todo oito municípios também farão parte deste levantamento. São eles: Sobradinho, Casa Nova e Sento Sé (território I); Pilão Arcado e Remanso (território II); Xique-Xique, Barra e Itaguaçu da Bahia (território III).
Em Casa Nova, a oficina teve, entre outros, um mapeamento e microlocalização das comunidades, identificação geográfica, além de estratégias de apoio comunitário. Foi realizado também um trabalho que discutiu o antes, durante e depois do rio, da cidades e das pessoas.
Para Grilo Serra, secretário de Urbanismo, esse levantamento é importante devido a importância da história das pessoas que foram remanejadas. “Vamos descobrir a história real da barragem de Sobradinho. Descobrir onde as pessoas estão, como foram deslocadas, como é que viviam antes da barragem, como vivem após a barragem e como estão as comunidades”, conta.
Já para Laurita Martins, líder comunitária e realojada da antiga Casa Nova, a oficina é importante para lembrar daquilo que aconteceu no passado. É “estar reavaliando tudo o que aconteceu. Antes, durante e depois (da formação do Lago de Sobradinho)”, comenta. Ela acredita que esse trabalho ajudará as pessoas que foram realocadas. “Os benefícios são grandes, pois vamos adquirir conhecimentos de coisas que aconteceram antes e não tínhamos conhecimento”, explica.
Texto: Ascom/ PMCN