Suplementação alimentar de ovinos usando casca e sementes de uva é opção sustentável para produtores do Vale do São Francisco
Durante um ano e meio, 40 ovelhas submetidas a uma pesquisa da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) receberam um adicional nutritivo na ração: cascas e sementes de uva. Além da boa aceitação e ganho de peso, os animais alimentados apresentaram uma redução na emissão de metano – considerado um dos gases de efeito estufa e um dos principais vilões da pecuária.
A pesquisa envolveu a análise nutricional do resultado do processamento da uva e seu potencial de utilização na alimentação de ruminantes. As propriedades do bagaço da uva, por exemplo, auxiliam na digestão dos animais, fazendo com que liberem menores teores de metano. Antes os resíduos eram usados apenas como adubo.
Em Casa Nova/BA, a Fazenda GrandValle adotou a prática na criação de cordeiros de corte. Atualmente a empresa cria ovinos das raças Dorper e Santa Inês em seus pastos de Tifton 85 e os alimenta com os subprodutos da elaboração do suco 100% integral produzido na propriedade, resultando um uma criação sustentável e integrada, que respeita o meio ambiente e os animais. A alimentação é complementada com silagem de sorgo, a palma e as uvas in natura, com e sem semente.
A administradora Letícia Secchi destaca outros cuidados que, somados à alimentação, resultam em um produto único. “O animal é criado com ampla disponibilidade de água, sombra, recebendo carinho, atenção e tranquilidade. O resultado é uma carne singular, levemente adocicada, muito suave e extremamente macia”.
O Nordeste é referência nacional quando o assunto é criação de ovinos. A espécie responde por 32% de todo o rebanho da região e representam 56% do efetivo brasileiro de animais, segundo dados de 2010 divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Paula Theotonio | Assessoria de Imprensa
